Teatro em Portugal

Sinopse

A mais antiga peça de teatro de que existe registo no mundo tem por base a história de Osíris (2500 a. C.), o imortal drama de poder e paixão de Abydos, que foi representado no mitológico local do tumulo de Osiris, anualmente, entre 2500 a. C. e sensivelmente 550 a. C.
Mas muito antes as sociedades pré-históricas mantinham rituais relacionados com as vertentes fundamentais dos seus mitos. E com base nesses rituais interpretavam cerimónias que tinham por objectivo controlar acontecimentos futuros que influenciassem a vida dessas comunidades.
Vista dessa forma, a origem do Teatro em Portugal provavelmente perde-se na bruma de algum castro ou povoação ainda mais antiga, do Paleolítico Superior, talvez em Foz Coa, em Leceia ou no Alentejo- Mértola, Almendres ou Zambujeira, para refe- rir apenas os mais importantes locais da arqueologia lusa.
De uma coisa teremos a certeza: já nesses tempos remotos os antigos «representavam», exerciam uma arte onde o artista e o seu próprio instrumento, através da sua voz, do seu movimento, da sua emoção.
Manda contudo a tradição que se refira Mestre Gil Vicente como o pai fundador do nosso Teatro. Ao mesmo tempo Autor e Acto. Neste livro que apresentamos é dessa figura incontornável que o grande especialista Duarte Ivo Cruz parte, do século XV e XVI, do auge da época áurea dos Descobrimentos de D. Manuel I de D. João III.
Parte de Gil Vicente para chegar aos nossos dias, deixando pelo meio uma admirável recriação histórica sobre os textos, os palcos, os dramaturgos e os grandes actores que, muitas vezes «contra ventos e marés», fizeram este «Teatro em Portugal».
São dezenas e dezenas de nomes fundamentais e de histórias importantes que desfilam por estas páginas, criadores de momentos mágicos que acontecem num tempo e num espaço restritos, efémeros como a própria vida e apenas permanentes na memória de quem teve a oportunidade de os ver.