Ratos e Homens

Sinopse

Peça em três actos e seis quadros
Versão portuguesa de Correia Alves encenada por António Pedro com cenários de Fernando Fonseca
Representada pela companhia do teatro experimental do porto

“Quando o desespero se transforma em esperança e, sejam quais forem as ratoeiras da realidade, ela aparece nos homens à flor da pele como um suor de sonho; quando a flor da amizade abre, para se não sujar, dentro dos picos ásperos dum cacto e só o seu perfume transcende a rudeza desse invólucro; quando as coisas baixam de tal modo à Terra que um desejo de beleza se aconchega no gosto de apalpar macio e essa necessidade de voar, que é mais dos homens que dos pássaros, irrompe irresistivelmente, mesmo que pouse as ambições com que se contenta na sumptuária de guarda-roupa duma fotografia de cinema; quando tudo se passa como no deserto de esperança desta peça em que, apesar disso, cada um arranja, a seu modo e seja qual for, um farol para o seu caminho de salvação – vale a pena acreditar no Homem, bicho de esterco capaz das nuvens, roedor de imundícies, como um rato, mas, sempre e através de tudo, capaz de outras fomes que ele não tem.
É isto, suponho eu, o que de melhor nos diz a peça de Steinbeck que vamos representar. Porque é justamente considerada uma das obras-primas do teatro contemporâneo, é com um grande orgulho que acrescentamos ao nosso repertório internacional ainda pequeno, mas onde já figuram Shakespeare, Tchecov, Chancerel, Miller, Synge, Iriarte e Cocteau.” por António Pedro