Portugueses na Califórnia

Sinopse

Prefácio de Jorge de Sena
Posfácio de Eduardo Mayone Dias

A notícia, a crónica, a reportagem, tudo o que se destinar a ser inserto num jornal, está condenado, por natureza, a vida efémera. E, de todas as publicações periódicas impressas, os quotidianos serão certamente aqueles em que mais vivamente se faz sentir o factor «tempo»; é vulgar dizer-se que «ninguém vai ler o jornal de véspera» e não são muitas as vezes em que investigadores ou simples curiosos se dão ao trabalho de folhear colecções em busca de assuntos que lhes prenderam a atenção durante a leitura rápida que fizeram.
Nasce dessa circunstância a tendência habitual de reunir em livros as séries de crónicas ou reportagens subordinadas a um dado tema. Por um lado, tais compilações permitem geralmente ao seu autor a refundição do seu trabalho e a revisão mais atenta e precisa do que escreveu cuidado que se torna impossível na celeridade do dia-a-dia e perante a necessidade imperiosa de cumprir prazos de entrega que não se contam por dias, mas antes por horas e, quantas vezes, por minutos. Por outro lado, torna-se muito mais fácil e cómodo ao leitor conservar e consultar, desta forma, os trabalhos sobre temas de seu interesse.
É este o caso de «Portugueses na Califórnia», conjunto de reportagens publicadas em A Capital, sobre a vida de emigrantes lusitanos na costa americana do Pacífico. É seu autor o jornalista Helder Pinho, espírito de investigador que, como tantos dos seus companheiros de trabalho, tem visto limitadas as suas possibilidades de exposição pelas circunstâncias atrás referidas.
Para além do valor intrínseco do trabalho de reportagem de Helder Pinho, a obra surge, porém, enriquecida com um prefácio de Jorge de Sena e um posfácio de Eduardo Mayone Dias. Quis o primeiro, o grande investigador e poeta recentemente falecido, escrever uma nota introdutória em que, com o talento e o nível literário que se torna dispiciendo vir aqui enaltecer, referir-se à sua própria condição de emigrante e falar da sua experiência. O prof. Mayone Dias, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, com um estudo crítico sobre o. trabalho do jornalista, vem como que actualizá-lo e dar-lhe o toque final.
Valorizada com duas «achegas» superiores, é assim finalmente publicada uma obra que, no dizer do autor, mais não pretende ser do que «a imagem honesta e imparcial do quotidiano dos nossos compatriotas radicados na América».