Sinopse
Tradução de Augusto da Costa Dias
Todos os dias as agências de notícias encontram motivos para consagrar um telegrama do Médio Oriente bombardeamentos aéreos, acções de flagelação, guerrilhas, discursos, Intrigas, «cimeiras»…
A crer nas versões da grande Imprensa, tudo parece reduzir se a um diferendo entre Árabes e Judeur: e, nele, o Estado de Israel surge como pobre David, anão e Intemerato, batendo heroicamente o pé ao desproporcionado gigante Golias que o pretende aniquilar. No fundo, porém, de que se trata? Que é que está em jogo? Liberdade, sobrevivência, direitos humanos…- quem autênticamente luta para os reaver? Na obra inquietante de Ania Francos depara o leitor com respostas para as dúvidas que os confusos noticiários lhe suscitam. Surge-lhe a Palestina milenária velho palco de invasões onde variadíssimas raças se cruzaram sem o minimo respeito pelos defensores da «raça pura»; compreende que os únicos descendentes admissíveis dos hebreus bíblicos são os que (sofrendo guerras, embates prosélítos) na região se mantiveram até hoje, ou seja, os palestinianos de três fés a judaica, a muçulmana, a cristã; assiste à campanha sionista que prepara a existência do Estado de Israel, à ocupação do território pelos israelitas, apoiados por esmagadora protecção finan- ceira e militar, à expoliação e expulsão de uma «raça inferior» os palestinianos.
E chega, enfim, ao drama dos nossos dias, no qual, reagindo à violência, vê erguer-se o povo palestiniano em armas, numa luta pertinaz de liberdade ou morte contra o ocupante e contra os emires, os pequenos reis, os caciques alimentados pelas percentagens das grandes empresas petrolíferas. Palestina um novo Vietname? Eis a pergunta que fica suspensa da leitura deste livro emocionante e esclarecedor.