Os Prisioneiros da Concordata

Sinopse

O “M. N. P. D.” movimento nacional p’ró divórcio sua génese, anseios esperanças, sofrimentos pela imposição duma lei iníqua, tabus, realidades e alegrias pelos objetivos alcançados

Agora que decorre o Centenário da Implantação da República em Portugal, mal ficaria que neste livro não se fizesse uma citação ao Decreto, com força de lei, que instituiu o Divórcio, nos moldes em que o fez.
Constata-se ainda hoje a sua plena actualidade, tal foi o espírito de realismo, clarividência e coragem com que foi elaborado, com repercussão actuante num futuro longinquo, sobressaindo à saciedade, o valor moral, o nível da tolerância e a visão realista da vida conjugal.
Mas ainda que recheado dos maiores merecimentos, uma lei iníqua pôs-lhe cobro por três dezenas de anos e somente passados mais três e meia dezenas de anos, aqueles méritos, voltaram a presidir aos sãos relacionamentos entre os cidadãos do mesmo País.
As Individualidades da mais elevada craveira intelectual que subscreveram aquele Decreto, com força de lei, são merecedoras da nossa maior gratidão e admiração, mas seja-me permitido que destaque dentre elas, uma figura que me é particularmente querida e a quem tanto devo, por ter fundado a Casa que me instruiu, o Instituto Profissional dos Pupilos do Exército de Terra e Mar, o General António Xavier Correia Barreto, que para tal escreveu na sua criação, esta frase lapidar: «Uma sociedade só pode progredir quando os seus membros possuam uma
desenvolvida educação e uma instrução essencialmente prática.
A obra da República tem de ser, sob esse ponto de vista colossal; é necessário criar homens que pelo trabalho e esforço próprios se mantenham na vida com independência e dignidade; é preciso formar cidadãos úteis à Pátria.