Sinopse
Em 1925, foi eleito secretário-geral da Direcção desta Sociedade vimaranense, bem conhecida em todos os centros culturais europeus, e, em 1932, passou a ocupar o cargo de Presidente da mesma coletividade, lugar gratuito que desempenhou até 1972, acumulando com o de diretor do Museu, de conservador das estações arqueológicas da Citânia de Briteiros e do Castro de Sabroso, e de diretor do órgão cultural da referida instituição, denominada «Revista de Guimarães», que é uma das mais antigas revistas científicas nacionais, fundada em 1884. Como presidente desta Coletividade, a sua ação exerceu-se tanto no campo das atividades culturais como no desenvolvimento da vida administrativa e económica da instituição durante as quatro décadas em que decorreu a sua orientação da prestimosa Sociedade vimaranense, «promotora da instrução popular».
Mediante a sua influência e dedicação, foram concedidos à instituição a que preside valiosos donativos pelo Ministério das Obras Públicas e pela Fundação Calouste Gulbenkian, que permitiram a realização de obras de exceptional importância no edifício da sua sede, dispondo atualmente de instalações modelares, solenemente inauguradas em 1967 com a presença do Chefe do Estado, que propositadamente se deslocou a Guimarães.
Realizou numerosas viagens de estudo ao estrangeiro especialmente a Espanha, algumas vezes mediante bolsas concedidas pelo Estado; e, em 1963, fez uma demorada visita a diversos museus e jazidas arqueológicas europeias, percorrendo partes da Espanha, França, Bélgica, Alemanha Dinamarca, Suécia e Noruega. Participou em missões de estudo e congressos nacionais e internacionais de Arqueologia.
Assim, entre os anos de 1930 e 1968, tomou parte em Congressos realizados em Lisboa, Porto, Coimbra e Braga; entre os anos de 1948 e 1964, em Congressos de Espanha realizados em Madrid, Sevilha, Bilbau, Santiago e Elche; em 1963 colaborou no N Congresso Internacional de Ciências Pré- e Proto-históricas de Hamburgo, em 1962 na VI reunião do mesmo Congresso que teve lugar em Roma, e em 1970 no II Congresso Nacional de Arqueologia, realizado em Coimbra. Foi vogal da 1.3 Subsecção da 2.a Secção (Antiguidades e Belas-Artes) da Junta Nacional de Educação, organismo oficial de proteção ao património arqueológico e artístico nacional, a que pertenceu desde a sua criação em 1938. Fez parte do Conselho Permanente da União Internacional das Ciências Pré-históricas e Proto-históricas.
Era sócio honorário da Sociedade Martins Sarmento, sócio titular da Associação dos Arqueólogos Portugueses, sócio da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, sócio do Instituto Português de Arqueologia, História e Etnografia, académico correspondente da Academia Portuguesa da História, sócio do Instituto de Coimbra, sócio correspondente da Real Academia Galega (La Coruña), académico correspondente da Real Academia de la História (Madrid), sócio correspondente do Instituto Arqueológico Alemão (Berlim), sócio da Associação Internacional de Arqueologia Clássica (Roma). Desde o ano de 1926, em que publicou o primeiro estudo de carácter científico, até 1982, a sua bibliografia consta de cerca de quatro centenas de trabalhos dispersos por várias revistas de arqueologia, de etnografia ou de história, nacionais e estrangeiras. Em Junho de 1972 foi solenemente homenageado na Sociedade Martins Sarmento, tendo-lhe sido concedida a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. A partir daquela data retirou-se para a sua Casa da Atouguia, em Guimarães, continuando dedicado aos seus estudos, até que a morte o surpreendeu em 15 de Junho de 1982, com 93 anos de idade.
