Sinopse
Nascimento Da Europa: agora, que se passou a página da sua supremacia no globo, como não nos debruçarmos sobre essa Idade Média, do século V ao XIV, de génese e formação da Europa tal como a conhecemos, verdadeiro mosaico de culturas (como a empobrecem os que a reduzem a uma pretensa unicidade!). Quinhentos anos de incubação na obscuridade, seguidos de outros quinhentos de crescimento à luz do dia: dentro desta moldura cronológica, sobre o pano de fundo da história política e militar (não apenas os chamados «acontecimentos», mas também o encadeamento das instituições e maneiras de agir dos chefes e das massas), decorre o diálogo sempre recomeçado da história económico-social e da história intelectual e da sensibilidade, que é então o diálogo da carne e do espírito.
Robert Lopez evoca de entrada os «Bárbaros» do Norte que derrubam todas as barreiras, para em seguida pararem numa desordem de imaturidade que se combina com a desagregação romana: mal discernimos aí os germes da futura Europa. A Igreja, que nasceu antes dela, ampara os seus primeiros esforços; depois Carlos Magno esboça desajeitamente uma ordem europeia embrionária.
Novas invasões, e tudo parece perdido. Então as forças locais, revitaminadas por um poderoso surto demográfico e económico, repelem, absorvem os invasores. Doravante, a Europa está em porto de abrigo. É a idade do feudalismo, da luta dramática entre os imperadores e os papas, mas ainda a época em que os escravos passam a servos, os servos se elevam a camponeses livres, e uma parte dos camponeses se transformam em burgueses, alguns burgueses ascendem a capitalistas.
A Europa medieval dispôs de quatro trunfos decisivos: uma população agrícola bem distribuída de acordo com os recursos do solo; um escol de fidalgos-mercadores; um espírito aberto às novas técnicas; por último, o sentido da iniciativa individual, bem como do trabalho de equipe. Promessas do século X, realizações dos séculos XI e XII.
Na era de Duzentos, a Europa medieval atinge o apogeu: é o século de S. Francisco de Assis e Roger Bacon, de Dante e São Luís, de Marco Polo e de Afonso X o Sábio… Mas a civilização europeia, que reabsorve o legado antigo e se confronta à islâmica, não consegue manter-se nesses cimos; terá de mudar de rumo: e as derradeiras páginas deste livro tocam o prelúdio do renascimento e da Europa moderna.
Ilustram esta obra 8 extra-textos a côres e 32 a dois tons, 83 gravuras a preto no texto (e entre as reproduções contam-se muitos inéditos) e 23 mapas. Acessível e cheia de vivacidade, esta obra contém, por outro lado, a necessária instrumentação científica: Bibliografia, Quadros cronógicos, um Glossário (acrescentado na edição portuguesa) e Índices remissivos.