Sinopse
Direção de Joel Serrão e A. H. de Oliveira Marques
Coordenação de Maria de Jesus dos Mártires Lopes
“A história da presença portuguesa no Oriente conheceu na última década do século passado um assinalável desenvolvimento, mercê de cursos de posgraduação lançados em Portugal na década de oitenta, de instituições que a apoiaram e de conjunturas que a favoreceram. Apesar de tudo, a abordagem monográfica como as análises globais continuam deficitárias, não obstante alguns esforços – nem sempre bem conseguidos – que, de quando em vez, têm surgido. E se, apesar de lacunar, os períodos mais recuados mereceram uma notória preferência dos historiadores, à medida que se avança no tempo o desconhecimento da história do Estado da Índia é significativamente maior. Daí que tenhamos aceite o desafio que, há anos, nos foi lançado pelo Prof. A. H. de Oliveira Marques, para dirigirmos este volume da Nova História da Expansão Portuguesa, dedicado ao Império oriental, no período compreendido entre os anos de 1660-1820.
[…]
Daí que tenhamos optado por estudar numa primeira parte, em três capítulos, as questões políticas, administrativas e económicas respeitantes a todo o Estado da India, embora particularizando, sempre que necessário, aspectos directamente ligados a alguns dos territórios. É a primeira vez que tal estudo se realiza. E, embora continuemos carecidos de estudos para determinadas áreas geográficas e temáticas, pensamos que o avanço historiográfico aqui conseguido é deveras notável. Embora não o desejássemos, o capítulo da economia e finanças tem uma enorme extensão. Três razões explicam tal facto: a abundância de fontes, quer nos arquivos portugueses quer no de Goa; a investigação que quase todos os seus autores propositadamente fizeram para o elaborarem; a considerável produção de estudos que sobre o tema surgiu na última década do século passado. Acrescem ainda as circunstâncias de neste capítulo estar contida a história da carreira da Índia e das carreiras com os diferentes territórios e dos autores, justificadamente, terem recorrido à apresentação de numerosos quadros e gráficos, que muito vieram enriquecer o capítulo.
A segunda parte é consagrada a Goa: a sociedade, com uma abundante informação sobre questões demográficas; a vida religiosa e o comportamento da população; o ensino e a cultura; e, por fim, o quotidiano. Naturalmente que não nos pronunciamos sobre a sua qualidade, já que na sua quase totalidade foram escritos por nós. Não querendo ser juiz em causa própria, deixamos essa apreciação aos leitores!
A parte final abrange os territórios da Província do Norte, Moçambique, Macau e Timor. Os seus autores são hoje historiadores reconhecidos em cada um dos temas que analisaram, mas os textos aqui apresentados são novos e escritos com perspectivas diferentes e inovadoras.” in Prefácio