Sinopse
Uma das maiores e mais controvertidas figuras do pensamento filosófico contemporâneo, Bertrand Russell nasceu na cidade de Trelleck, no País de Gales, em maio de 1872, oriundo de uma família pertencente à aristocracia britânica. Durante quase um século, seu nome foi sinônimo de não-conformismo, de luta contra privilégios e injustiças, de corajosa defesa do pacifismo e da liberdade, que considerava imprescindíveis para a própria sobrevivência da espécie humana. Um homem que não temia rever radicalmente suas ideias – e mais de uma vez o fez – quando isso lhe pareceu necessário, á luz de descobertas e concepções mais modernas. Mas que não hesitava em enfrentar o que quer que fosse para defender seu direito de divergir do pensamento “oficial”. Ao morrer, em fevereiro de 1970, aos 98 anos. dedicava-se com fervor à causa pacifista, organizando protestos contra a escalada nuclear e militando na campanha mundial contra a Guerra do Vietnã.
Dotado de uma impressionante erudição, Bertrand Russell trilhou praticamente todos os caminhos no terreno das ciências que se ocupam do Homem, deixando atrás de si várias dezenas de livros a atestar a extraordinária abrangência de suas preocupações humanistas. Suas maiores contribuições situam-se na área da Filosofia, particularmente na Lógica e na Logística. Além do desenvolvimento de uma Lógica das relações, ampliando a Lógica tradicional dos predicados, traduziu em enunciados pertinentes os fundamentos da teoria matemática dos números reais. Sua teoria das descrições, desenvolvida nos Principia Mathematica, suas contribuições à Epistemologia e à Ética são igualmente relevantes.
Em O Impacto da Ciência na Socioedade, Bertrand Russell parte do princípio de que, embora muitos dos efeitos revolucionários do progresso científico sejam por demais óbvios para serem ignorados, continuamos relutantes em enfrentar todas as suas implicações, que apenas começam a ser sentidas. A ciência oferece à Humanidade a possibilidade de atingir um bem-estar nunca antes conhecido. Mas isso é oferecido sob certas condições: a abolição da guerra, a dispersão do poder, a limitação do crescimento populacional. Apesar de tudo, Bertrand Russell era basicamente um otimista. Embora estejamos em meio a “uma disputa entre a habilidade humana, como meio, e a loucura, como fim”, ele acreditava que o homem deve, e vai, escolher a trilha da Razão, sua única alternativa, em vez da trilha da Morte.