O Caso do Banco Angola e Metrople: História do Crime

Sinopse

Resposta aos agravos dos arguidos: José Bandeira, António Bandeira, Adriano Silva, Justino de Moura Coutinho, Avelino Teixeira.
Pelo advogado do Banco de Portugal

“Em primeiro logar encontrámo-nos em frente de varias questões de direito, que todos ou quasi todos aqueles arguidos levantavam nas suas petições de recurso e que variavam na forma, mas eram as mesmas no fundo.
Pareceu-nos que era preferivel tratá-las conjuntamente, na Primeira Parte do nosso trabalho, de preferência a termos de fazer constantes repetições, ou frequentes chamadas a conclusões anteriores.
[…]
Atrevémo-nos, pois, a escrever a Historia do Crime, que constitui a Segunda Parte déste trabalho, e dentro da qual procurámos ir focando o significado de cada facto e a responsabilidade dos arguidos, que neles iam intervindo.
[…]
Quando a investigação foi, com efeito, entregue à direção suprema do ilustre juiz Dr. Alves Ferreira, sob cujas ordens trabalharam cinco outros magistrados colhidos por ele entre os primeiros do nosso País, inúmeras dificuldades se lhes apresentaram para poderem apurar a verdade.
As primeiras provinham da propria natureza do crime, cuja execução se tinha arrastado durante um ano, consistira essencialmente na passagem de mais de 100.000 contos de notas falsas, e se dispersára, portanto, em mil operações de detalhe, cuja ligação era, de começo, completamente impossivel de determinar, ou mesmo de supor.
A segunda provinha do estranho feitio mental do chefe da quadrilha, ente perfeitamente anormal, de complicados refolhos cerebrais, exibicionista e trapalhão, confuso e indecifravel, até mesmo nos seus aparentes momentos de sinceridade!” in Introdução