Morte na Casa de Proust

Sinopse

«- A secretária morreu! A secretária morreu!
No seu desvario, não notou que a porta de entrada que dava para a rua não estava fechada à chave.
-Então, Emilienne, que conversa é essa? O que é que se está a passar?
– O que é que se está a passar? Está a passar-se que a secretária morreu. Está lá em cima, no escritório dela. Podes ir lá ver. Eu não volto a subir lá.
– Tens a certeza?
– Evidentemente que tenho a certeza. Eu vi-a, vi-a com os meus próprios olhos, no chão… numa poca de sangue acrescentou ela, lembrando-se na ocorrência de uma das fórmulas estereotipadas dos raros romances policiais que tinha lido.
– Bom. Vou lá. Que ninguém se mexa – ordenou Ferdinand.
Depois do que pareceu ser uma eternidade, um pouco pálido, o guarda rural regressou lentamente e anunciou num tom consternado:
– Vai ser preciso telefonar para Paris.
– Paris? – exclamou Émilienne. – Paris! Porque não Chartres?
– Paris, porque não é Gisèle Dambert que está lá em cima, Émilienne. Não é a secretária. É a presidente da sociedade americana deles, a Proust Association como eles dizem.
– A presidente da… A Sra. Bertrand-Verdon?»