Sinopse
Umas vezes, seguimos a linha cronológica dos homens e dos acontecimentos. Noutros casos, arrumamos tudo por assuntos, prescindindo um pouco do que poderíamos chamar «geografia do tempo». Este método alternado de exposição é o que oferece menos inconvenientes. Através dele, subimos à origem das coisas, para melhor conhecermos o seu desenvolvimento. Tudo tem a sua linhagem e dentro dela, se explicam e exprimem os homens e os acontecimentos.
Alguns capítulos servem de «guia» para esclarecer outros menos acessíveis. Estaria neste caso Gil Vicente e as gravuras dos Livros de Horas. Contudo, preferimos reduzi-lo a apêndice, no final da obra, apesar da importância que lhe damos, e para lá remetemos o leitor ao entrar no capítulo Gil Vicente e as figuras da Dança Macabra dos Livros de Horas.
Desde já, pedimos ao leitor para se lembrar que o livro Do Tempo e da Morte não pretende ser uma diversão, mas sim uma sondagem trágica às vivências dos que caminham conscientemente do «reino das sombras» para o reino do real. E como Villon, na Balada dos Enforcados, pedimos-lhe também desculpa de tudo: «Excusez nous. No fim de contas, nada é perfeito neste mundo.
Índice Geral do Vol. I:
Introdução
Cap. I. Destemporalização.
Cap. II. Relatividade interior do tempo.
Cap. III. Parábola do tempo e da morte.
Cap. IV. A morte dos grandes.
Cap. V. Prantos poéticos pelos mortos.
Cap. VI. Prantos da Paixão, nas «Laudes e Cantigas» de mestre André Dias.
Cap. VII. Prantos na «Crónica do Infante Santo» e na «Tragédia» do Condestável D. Pedro.
Cap. VIII. Pranto vicentino à morte de D. Manuel I.
Cap. IX Prantos neoplatinos.
Cap. X O «Cancioneiro geral», o tempo e a morte.
Cap. XI. Pleitos da alma e do corpo.
Cap. XII. A génese e a expansão da Dança Macabra.
Cap. XIII. O Tempo e a Morte nos autos vicentinos.
Cap. XIV. Gil Vicente e as figuras da Dança Macabra nos Livros de Horas.
Índice Geral do Vol. II:
Cap. I. O «Auto da Ave-Maria», de António Prestes.
Cap. II. A morte na «Vita Humana», de Luís da Cruz, S. J.
Cap. III. Breve introdução aos capítulos do teatro espanhol.
Cap. IV. A «Danza de la Muerte», por Juan de Pedraza .
Cap. V. «Las Cortes de la Muerte».
Cap. VI. «El Gran Teatro del Mundo».
Cap. VII. A morte de Don Juan.
Cap. VIII. O riso do teatro macabro.
Cap. IX. Epitáfios em latim rítmico.
Cap. X. Outros epitafios em latim.
Cap. XI. «Malbrouck s’en va-t-en guerre»
Cap. XII. Epitáfios em português.
Cap. XIII. Os «Letreiros» de António Ribeiro Chiado.
Cap. XIV. António Ferreira e Pedro de Andrade Caminha
Cap. XV. O riso dos epitafios.
Cap. XVI. A «Ropica Pnefma», de João de Barros, o tempo e a morte.
Cap. XVII. Do reino das sombras ao reino do real.
Cap. XVIII. A canção à morte, de Frei Agostinho da Cruz.
Cap. XIX. Apologia da velhice, por Dona Joana da Gama.
Cap. XX. A personificação da morte em Anchieta, Vieira e Francisco de Mendoça.
Cap. XXI. Ideias seminais da Dança Macabra, no P. António Vieira e em Frei A. das Chagas.
Cap. XXII. O tempo e a morte, no P. Manuel Bernardes Finis.
Apêndice: Gil Vicente e as gravuras dos Livros de Horas.