Sinopse
“Nesta História das Doutrinas Econômicas, sintetiza o autor a evolução do pensamento econômico desde a antiguidade até aos nossos dias.
Traçou o autor, com mão-de-mestre e finura de artista, um roteiro seguro e agradável para quem deseja percorrer as regiões da História da Economia Politica e conhecer-lhe as belezas. Elaborou um estudo original pelo método que empregou e novo pela sua extensão. Original e novo, não só para os países que se acham em formação, como o Brasil e outros, e que não cogitam, como deviam, da História das doutrinas econômicas, como também para as velhas nações cujas vistas só alcançam as próprias fronteiras. Assim, até agora, a história do pensamento econômico só considerou a Europa e, em parte, os Estados Unidos. Mas cada continente considerou sempre a sua economia isoladamente, em seu trabalho unilateral e particulista. O Professor Hugon dilatou o âmbito do estudo da evolução do pensamento econômico, alongando-o pelas épocas até hoje e pelos continentes até ao Novo Mundo, em uma visão sintética de conjunto, abrangendo os Estados Unidos e o Brasil. Engrandeceu criadoramente seu objetivo, surpreendeu-o na nebulosa de suas origens, acompanhando-o pelos acontecimentos da história, nos embates das ações e reações das doutrinas, depois que êle começou a definir-se mais e, por fim, isolando-o, na relativa nitidez de linhas de seus contornos, à medida que as ciências sociais se foram diferenciando e precisando o objeto próprio e peculiar de cada um.
Focaliza o autor vinte e cinco séculos da história do pensamento econômico, dividindo seu trabalho em dois largos períodos: da antiguidade ao século XVIII e dêste aos nossos dias. Aponta, como característico do primeiro período, um pensamento econômico dependente. Dependente, na Grécia, da Filosofia; em Roma, da Política e do Direito; na Idade Média, das preocupações morais, e, finalmente, do entusiasmo metalista dos mercantilistas. Distingue o segundo período, pela libertação do pensamento econômico, que se torna independente no quadro liberal e individualista, até provocar forte reação, desenvolvendo as correntes socialistas e intervencionistas. E assim, na fluência dos acontecimentos, segue-se o curso da idéia econômica, assistindo-se ao perpassar das doutrinas que nascem, se evolumam e se derramam em outras, como águas que engrossam outras águas, precipitando-se no mar, quando não se evaporam ou não se infiltram no solo.” in Prefácio por Abelardo Vergueiro César