Florbela Espanca, a vida e a obra

Sinopse

Romancista, contista e cronista exemplar, Agustina Bessa-Luis (n. 1922), originária de um meio social de antigas famílias da aristocracia rural de Entre-Douro-e-Minho, impôs-se como um dos nomes mais importantes da literatura portuguesa contemporânea.
Se, como nos diz a autora de A Sibila, para o artista, para o psicólogo, não há almas simples”, tão-pouco o são, efectivamente, as das personagens de Agustina Bessa-Luís. Exímia na descrição de personagens tantas vezes caprichosas mas tenazes nas suas paixões megalómanas ou mesquinhas, o que por vezes Ihes confere um significado mítico que raia pelo das grandes figuras da tragédia grega, a prosa tumultuosa e ambígua de Agustina era o instrumento ideal para nos restituir um ser tão complexo, tão recôndito, tão ígneo e tão volátil como Florbela Espanca.
Sugerindo admiravelmente aquilo a que Rilke chamou o oculto e culpado Deus-Rio de sangue, Agustina revela-nos as forças cegas que, presentes e manifestas no desejo, plasmaram o destino trágico de Florbela.