Confissões Políticas da Saúde

Sinopse

Auto de Breve Governação

Este livro faculta ao leitor um bilhete para o “Teatro da Saúde”, um teatro onde os grandes actores, Médicos, Enfermeiros, Sindicatos, Indústria, Administração, Finanças, Primeiro-Ministro, Governo, Oposição, Parlamento, Presidente, com ou sem voz, com ou sem expressão corporal, estão vigilantes na locução do seu papel.
Desiludam-se os que esperam ver divulgados segredos de Estado, levantado o embargo sobre cronologias desconfortáveis, ou promovidas explicações possíveis para factos que pareciam impossíveis. Nada disso. O livrinho não terá esse picante.
Não levo razões de queixa de ninguém, só de mim. Tive do primeiro-ministro e do ministro das Finanças quase tudo o que pedi, o que, sendo menos do que necessitava, me permitia gerir condignamente. Tive dos colegas uma cooperação exemplar. Da Administração, tirando raras dislexias, uma colaboração leal e competente. Dos parceiros, na maior parte das vezes, a frontalidade cooperante, embora relutante, com excepção de alguns episódios de notória escassez intelectual que quase transformaram erros meus em virtudes.
A última das interpretações que gostaria que fosse atribuída a este livro seria a de uma prestação de contas. Já as prestei perdendo, com outros, as últimas legislativas. Não há esqueletos escondidos nos armários do Ministério da Saúde.