Como Sair do Liberalismo?

Sinopse

“Finalmente, é preciso reconhecer a responsabilidade particular dos intelectuais. Depende deles, mais do que de qualquer outra categoria, que o protesto se degrade transformando-se em denúncia sem perspectiva ou, pelo contrário, que conduza à formação de novos actores sociais e, indirectamente, a novas políticas económicas e sociais.
Mas esta análise crítica não levaria a nada se o poder político continuasse indiferente às lutas sociais, desconfiasse delas e se satisfizesse com uma política centrista, combinando uma gestão liberal da economia com a única preocupação da ordem e segurança públicas. Se a maioria no poder não sentir que tem o dever de representar os sectores mais desfavorecidos da sociedade, como havemos de espantar-nos por estes se deixarem seduzir pelos profetas da ruptura e da catástrofe?
Quase toda a Europa ocidental é governada por partidos ou coligações de centro-esquerda. Mas esses governos parecem hesitar ainda entre uma política centrista, cada vez mais sensível aos interesses da vasta classe média que têm vané preciso defender e tranquilizar, e uma política de luta activa contra a exclusão social. Alguns acham que tagem em aumentar, por palavras e por actos, a distância que separa as lutas sociais dos programas políticos. Eu desejo, pelo contrário, que os governos adquiram um conteúdo social mais forte. Foi finalmente para defender ao mesmo tempo movimentos sociais independentes e políticas mais activas de luta contra a exclusão que escrevi este livro.” in Introdução