Sinopse
Este livro abrange o período entre o descobrimento oficial do Brasil por Pedro Alvares Cabral em 1500, até à morte, em 1572, do grande governador Mem de Sá,
data em que, depois dos primeiros anos atribulados da sua existência, a jovem nação brasileira, com a sobrevivência já assegurada, se encontrava com forças vitais para reagir vitoriosamente contra ocupação holandesa do século seguinte.
Os trabalhos e problemas que os primeiros povoadores tiveram de enfrentar são descritos nos 24 capítulos desta obra, que pode dividir-se em três partes:
A primeira trata do descobrimento do Brasil e explorações costeiras até ao momento em que o rei D. João III, vendo os seus direitos disputados por franceses e castelhanos,resolveu repartir em capitanias toda a extensão da costa brasileira, e distribuí-las para serem povoadas, governadas e defendidas pelos respectivos donatários.
A história individual destes donatários, heróis da Índia na sua maioria, e o seu procedimento perante esta nova e perigosa aventura, ocupa os capítulos a seguir, onde vemos um punhado de homens brancos a lutar desesperadamente para manter-se à beira da selva infestada por hordas de canibais selvagens. Abandonados aos seus próprios recursos para resistir ou sucumbir, para financiar a sua empresa ou cair na falência, para organizar a defesa contra as incursões dos selvagens da terra desconhecida e as naus bem armadas dos corsários que atacavam do mar, não admira que poucos dos primeiros capitães tivessem conseguido grandes êxitos. O rei então, vendo-se obrigado a intervir, mudou de plano, nomeando para o Brasil um Governador-Geral encarregado de organizar um forte poder central e fundar uma capital, ao mesmo tempo que enviava os missionários jesuítas para converter e civilizar os aborigenes.
Os trabalhos dos primeiros governadores para estender o domínio político sobre a terra bravia, as aventuras dos padres jesuítas entre os canibais, a fundação das grandes cidades do futuro, e o esforço reunido do poder espiritual e temporal para expulsar o francês Villegagnon e seus homens da ilha na baía do Rio de Janeiro, ocupam os restantes capítulos do livro, que termina com a descrição da pátria brasileira tal como era já no fim do século de Quinhentos.