Camarate – Um Caso ainda em Aberto

Sinopse

Ao leitor desprevenido pode parecer que, sobre o caso de Camarate, já está tudo dito e nada mais pode ser feito. Creio, no entanto, que não é assim. Ainda não está tudo dito: falta conhecer, pelo menos, a conversa e a correspondência trocada entre mim e o então Procurador-Geral da República, Dr. José da Cunha Rodrigues. Dele resultam claramente duas atitudes contrastantes: a de quem, como eu, não tendo certezas, queria que se fosse mais longe na procura da Verdade (…).
Sete pessoas – seres humanos como nós morreram no desastre de Camarate. Um deles era o Primeiro-Ministro de Portugal; outro era o nosso Ministro da Defesa. Mas o Estado Português, sobretudo através da Polícia Judiciária e do Ministério Público, não só não fez tudo o que era necessário para apurar a Verdade, como tudo fez para impedir que o caso fosse discutido em tribunal.
Devo a publicação destes textos à minha consciência de cidadão, à minha amizade para com cinco das vítimas, e aos imperativos éticos de um professor de Direito. Por isso, este livro é um apelo a que se reabra e continue a investigação do que falta investigar – ou melhor, do que a VIII Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Camarate recomendou que se investigasse até ao fim. Se o apelo for ouvido, ficaremos todos com a consciência tranquila de quem fez tudo o que estava ao seu alcance para se apurar a Verdade e se fazer Justiça.