Sinopse
“Este prefácio é, fundamentalmente, uma explicação. Pretendo aqui deixar bem claro que o nexo da tese sobre a regência na menoridade de el-rei D. Sebastião (1557-1568) me foi dado pelas estruturas do poder central e do poder judicial e que o meu estudo visou as instituições, não em si, mas pelos acontecimentos do seu exercício.
Daí que os outros aspectos fossem encarados de modo supletivo e quando imprescindíveis para esclarecimento dos primeiros. Deixei de lado a especificidade dos assuntos militares. As recorrências mais frequentes foram, como não podia deixar de ser num estudo desta índole, as culturais e sociais. Quanto à política externa, ela foi abordada como extensão, esclarecimento e prova das asserções políticas internas, bem como sua condicionante, pelo menos na eficácia.
Estes esclarecimentos explicam, só por si, o articulado da exposição. Com efeito, a primeira parte inclui, para além da definição dos termos da regência em 1557, o estudo dos órgãos políticos e dos tribunais, em paralelo com a situação política mais geral, tanto a nivel interno como externo. E o mesmo se manteve para a segunda parte, tendo procurado marcar certa diferenciação na problemática que se impunha ao governo, agora solicitado cada vez mais por casos pontuais a resolver e que exigiam uma mais clara determinação de opções e orientações, que era necessário justificar. Escolhi preferencialmente o estudo da «via Roma», e não de Veneza, com respeito à Itália, por ser o marco das definições mais gerais e o primeiro centro internacional da época. Mediterrâneo, Atlântico e Índico foram considerados como espaços marítimos onde a política portuguesa tinha uma presença efectiva, acompanhando a intervenção territorial noutros tantos continentes.” in Prefácio