As minhas memórias de jornalista

Sinopse

« […] na minha labuta de escritor, aqui deixo aos que me têm acompanhado nessa lida em que tanto me tenho afanado, mais este livro de Memórias, que, se pouco vale, pode, contudo, servir de lição e ensinamento aos que enveredam pela carreira dura e áspera do jornalismo, com a irreflexão própria de quem julga ter diante de si estrada recta, plana e lisa, quando é certo que tem de precaver-se contra obstáculos, fossos e trincheiras, que não é fácil transpor. Creiam esses que as topadas nos pedregulhos são mais do que as subidas à vitória e ao triunfo. Atravessam-se mais dias dolorosos do que horas de radiosa alegria. A ingratidão e a má fé dão-se as mãos para impedir o passo ao reconhecimento e à lealdade. Jornalistas, cuidado!…
É a experiência que lhes fala, avermelhada pelos grumos vertidos por feridas que ainda sangram…
Joguei aos meus adversários botes formidáveis. Nunca a minha voz ou o meu braço cansaram no uso de armas leais. Pela palavra e pela pena, combati, arduamente, não dando ensejo a que aqueles que eu tinha diante de mim se pudessem glorificar de me haver vencido. Mas…
…Mas, de tantas lutas da imprensa, de tantos discursos no Parlamento, de tanto intervir e empenhar-me, nos jornais e na tribuna, em batalhas que deram brado, que me resta?…
Resta-me a saudade, que é pena grave e não prémio compensador, que é dor funda e não alada alegria, que não é contentamento, mas amargura.
Ai! Quem pudesse voltar atrás!…» no Prefácio

Do índice:
I – Jornalismo e jornalistas
II – Primeiros passos
III – Em Lisboa
IV – No fragor da luta
V – «O Liberal»
VI – Depois de vir a República