Sinopse
Cinquenta reproduções das aguarelas originais de Alfredo Roque Gameiro, Columbano Bordalo Pinheiro, Condeixa, Malhoa, Manuel de Macedo, Rafael Bordalo Pinheiro e outros.
Artigos descritivos de Fialho de Almeida, Júlio César Machado, Manuel Pinheiro Chagas, Ramalho Ortigão, e Xavier da Cunha.
Em 1888, David Corazzi editava, impresso pela Tipografia das Horas Românticas, este Álbum de Costumes Portugueses. Para cin- quenta litografias cinquenta textos distribuídos por cinco autores: um médico, Fialho de Almeida (1857-1911), de estilo cáustico, onde os neologismos, os estrangeirismos e o barroquismo queimam a sua arte de escrever, levando o leitor a descer ao inferno da alma humana é o autor de nove crónicas; Júlio César Machado (1835-1890), lisboeta apaixonado pelo espectáculo de rua e das gentes da sua terra, assina quinze comentários a outras tantas litografias; Pinheiro Chagas (1842- -1895), o político e o poligrafo em consonância mental, responsabiliza-se pela explicação de nove das aguarelas, enquanto Ramalho Ortigão (1836-1915), dândi e crítico social, escrevia sete trechos, deixando para outro médico, Xavier da Cunha ((1840-1920), apaixonado pelos aspectos descritivos e pelas evocações histórico-literárias, os restantes dez. As litografias pertencem a Columbano (1857-1929), o retratista da mudança do século que, assina duas aguarelas, outras duas a Ernesto Condeixa (1857-1933), artista em que os aspectos ilustrativos se sobrepõem a quaisquer outros, enquanto Manuel de Macedo (1846-1915), ilustra trinta e um dos cromos na sua dedicação a tipos e costumes populares, e Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905), no tempo em que criava o Zé Povinho sofredor, paciente e esperançado em melhores dias, assinava duas aguarelas, ficando Roque Gameiro (1864-1935), aguarelista primoroso de marinhas e cenas populares, com cinco figuras. As restantes oito năo estão assinadas mas algumas sugerem a marca de Malhoa o que, aliás, se assinala na folha de rosto da edição.