Sinopse
Traduzido do francês por Manuel Lopes
“A Grécia clássica das Cidades será, pois, o fio condutor desta obra. Procederemos evidentemente, na Introdução, a meio e na Conclusão, às Panorâmicas do mundo em 550, em 400 e em 270, necessárias para situar mais exactamente o helenismo. Os actores tradicionais da História serão apresentados nos primeiros capítulos: Atenas na Idade de Ouro, A República em Roma, como em Atenas, os Orientais no tempo da Grandeza Persa. Depois, os grandes conflitos que marcaram o destino da Grécia virão emoldurar o quadro do século v: as Guerras Médicas, que representam para os «Bárbaros» O Grande Confronto no Mediterrâneo, introduzirão assim O Século de Péricles, antes da luta entre Esparta e Atenas, A Guerra Ideológica, dita do Peloponeso, que divide o helenismo contra si próprio.
A esta boa ordenação da primeira parte sucederá, passado o ano 400, uma série de capítulos mais variados. O Império Persa não consegue manter a sua organização por muito tempo e surge uma certa Anarquia Oriental, que sublinha, por oposição, os contributos gregos de Sócrates e os seus Discípulos e, mais genericamente, da Civilização do Século IV. Mas, se a Grécia ainda continua a ser o centro, outras regiões despertam para o mundo e a dimensão dos contactos culturais está em vias de mudar. A Europa das estepes e o Noroeste reagem agora à Expansão Celta, enquanto se revela uma potência singular quando Roma e a Conquista da Itália pelos exércitos e pela administração romanos começam a fazer pender para o Ocidente o equilibrio das forças no Mediterrâneo. É então que se produz uma verdadeira Mutação da Cidade Grega, pois as forças vivas das cidades, mesmo das mais consideráveis, como Atenas, já não estão à altura do mundo que se organiza.
O fim da obra é dominado pela personalidade de Alexandre, uma vez que o seu génio abre à Cidade e ao helenismo uma segunda carreira num universo dominado por potências de uma nova ordem. Alexandre e o Império Universal podem aparecer na História apenas como um sonho fulgurante e vão. Pelo menos, é um dos tempos em que mais se aproximam, antes da era colonial moderna, a Europa e esse Extremo Oriente onde se esboça, na Índia dos Máuria e na China dos Reinos Combatentes, O Novo Traçado das Unidades Asiáticas. A partilha da Herança de Alexandre consagrará, em conclusão, a divisão do mundo antigo e o futuro que o frágil equilibrio instituido cerca de 270 deixa a um helenismo muito evoluido.” in Prefácio