A Guerra dos Cinco Dias

Sinopse

A Invasão da Geórgia pela Federação Russa

No fim da primeira semana de Agosto de 2008, tropas da Federação Russa invadiram a Geórgia, alegadamente em resposta a um ataque militar georgiano a posições separatistas na província da Ossétia do Sul. O resultado foi devastador: nos dias seguintes a Ossétia do Sul e a Abcásia foram ocupadas por forças terrestres, aéreas e navais russas oriundas de vários pontos da Federação, em manobras complexas cuidadosamente concertadas. No final do mês, a Geórgia viu-se desmembrada, com declarações de um reconhecimento unilateral, por Moscovo, da independência destas suas duas províncias. Poucas semanas depois da tomada de posse do então recém-eleito Presidente Dmitry Medvedev, uma Rússia renovada fez questão de se afirmar alto e bom som.
Este estudo visa um primeiro levantamento destas acções político-militares do Kremlin numa parcela do canto sudoeste do ‘espaço pós-soviético’ que forma uma grande parte do seu “estrangeiro próximo”, repondo-as em vários dos contextos geo-estratégicos e geo-económicos que lhe dão sentido. Para tanto, o Autor coloca especial ênfase nos múltiplos planos em que se desdobraram os registos discursivos russos patentes durante e sobre a invasão e partição da Geórgia bem como desmultiplicando a análise que leva a cabo nalgumas das dimensões menos óbvias da nova linha de actuação política ‘pró-activa’ de uma Moscovo ressurgente. O método seguido no estudo apresentado foi o de um “construtivismo desconstrutivista”. A finalidade é a de tentar equacionar as transformações ocorridas na Federação Russa e as implicações geopolíticas que estas não podem deixar de ter.