Sinopse
Há cerca de três anos, com o patrocínio da Escuela Española, Fernando Gutiérrez organizou um concurso de Redacção, a nível nacional, em que mais de trinta mil crianças, entre os seis e os catorze anos, de todas as províncias espanholas e inclusivamente filhos de emigrantes espanhóis no estrangeiro, exporiam as suas ideias acerca de Deus, da sua Família, da sua Escola, da guerra, da terra em que moravam. As cartas choveram aos milhares, e surgiu então a ideia de serem coligidos em livro os pontos mais salientes das mesmas, tendo sido encarregado de o fazer Fernando Gutiérrez, promotor do concurso e autor de 30 000 Crianças Acusam. Contra a opinião de muitos, que desejavam que a obra não viesse a público, esta apareceu. Fernando Guitiérrez estava certo de que o seu livro, mais do que oportuno, era absolutamente necessário; ele sabia, e o afirmou, que a maior parte dos educadores tem muito boas ideias pedagógicas mas que, por falta de meios, de estímulo, de cooperação de pais e autoridades, as deixa no «tinteiros»; ele sabe, e o afirmou, que nos estabelecimentos de ensino se informa muito mais do que se forma, Ele, que é contra a memorização e o espezinhamento dos sentimentos das crianças, aquí deixa o libelo daque- las. Sobre o livro, a crítica espanhola pronunciou-se de uma maneira que não deixa dúvidas: «…um material utilíssimo, a ser tido em conta pelos adultos» (António Aradillas, Hoy, 11/4/73); «…um livro de pedagogia, sem pedagogia» (Juvenal de Vega, Escuela Española, 12/4/73); Prato forte, este livro. É como um grito que nos diz muitas coisas e nos sugere muitas mais» (Martin Abril, Ya, 16/4/73); «Todos os problemas que giram à volta dos filhos e dos pais (…) estão mais ou menos expostos num livro importante, acabado de aparecer há poucos dias: Treinta Mil Niños Españoles Acusam» (Raul Torres, Tribuna Médica, Madrid, 17/4/73); «um livro inquietante» (Charo M. Garin, Mundo Joven, 24/4/73); «Uma denúncia implacável das crianças espanholas» (Barbara Riaño de Borja, Hulla, Maio, 73). Na T.V.E. na Ronda Familiar, em Maio de 73, o depoimento de Gutiérrez foi impressionante e concitou todas as atenções. Aliás, a primeira edição espanhola do livro esgotara-se em dez dias apenas. O êxito é notável em Espanha: do público à Rádio e à Televisão, e com entrevistas sobre entrevistas na Imprensa. Um livro para ler e para meditar. Um livro impressionante, veemente, em que se não sabe que mais admirar: se o testemunho indispensável e desassombrado das crianças, se a coragem de Fernando Gutiérrez em o publicar.